Vejo uma cabeça
cheia de eletrodos.
Não é a cara de outro?
...
cheia de eletrodos.
Não é a cara de outro?
...
Tenho oito anos
estou com a cabeça
repleta de eletrodos.
É a cara de outro,
com seus traços
desenhados numa lâmina de papel,
que se dissolvem numa superfície branca.
A mente se dilui como um rio;
É uma sinuosidade,
um vestígio, um fosso, um naufrágio.
***
Diego Bentivegna, "La pura luz" (Cabiria ediciones, Buenos Aires, 2015)
{trad. davi pessoa}
imagem: Claudio Parmiggiani, sem título, 1944
estou com a cabeça
repleta de eletrodos.
É a cara de outro,
com seus traços
desenhados numa lâmina de papel,
que se dissolvem numa superfície branca.
A mente se dilui como um rio;
É uma sinuosidade,
um vestígio, um fosso, um naufrágio.
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Diego Bentivegna, "La pura luz" (Cabiria ediciones, Buenos Aires, 2015)
{trad. davi pessoa}
imagem: Claudio Parmiggiani, sem título, 1944